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Se você passar pelo filtro, o sucesso é questão de tempo.

Tenho indicado a leitura dessa entrevista para pessoas que pedem alguma orientação fora da mentoria. Para facilitar, resolvi postar aqui. Se você achar o conteúdo relevante – e acreditar que fará diferença para a vida de algum amigo – por favor, compartilhe.

A boa informação deve ser compartilhada.

Boa leitura! Tyto Neves Publicada no Portal Fotografia DG e no Blog do Dennis. Entrega e sentimento, esses são os primeiros passos para obter êxito em tudo que se faz, mas no caso agora me refiro ao ato de fotografar, principalmente quando envolve pessoas. Por isso o entrevistado desta semana é um dos grandes nomes da fotografia quando o assunto é retratos de família e gestantes ( atua também em outras áreas como iremos acompanhar a seguir). Ou seja, contar história por intermédio da fotografia é com ele mesmo… Tyto Neves! 1- Quando decidiu que seria fotógrafo e por quê? O processo de construção das imagens sempre fez parte de minha vida. Desde os desenhos – copiando as capas de discos que meu pai tinha em casa – passando pelo jornalismo e parque gráfico e depois juntamente aos projetos de arquitetura – sempre me deparei com um universo mágico rodeado de arte, e pude expressar meus sentimentos e eternizá-los através da câmera fotográfica. Esse processo fez parte de minha vida toda, praticamente. Não a fotografia em si, mas aos poucos, hoje posso recordar que meu SER fotógrafo foi lapidado, juntamente com as experiências que adquirimos em nossa vida. Tudo que fazemos é parte de um processo de aprendizado, a nós, cabe saber aceitar e aproveitar cada momento e assim crescer como pessoa. Obviamente, todo esse discurso se aplica ao SER profissional. Claro, nem tudo são flores, afinal não aceitar certas coisas que a vida nos oferece e questionar determinadas situações também faz parte do processo, quer aceitemos isso ou não. Assim foi quando me deparei com duas profissões que amava: os projetos de arquitetura e a fotografia. Tive que escolher – escolha difícil, confesso – pois essa mudança se deu aos 29 anos. Mas decisão tomada, não haveria motivo para voltar. Claro – como disse anteriormente – nem tudo são flores, principalmente no inicio de carreira, sem um “paitrocinio” tudo fica mais complicado, porém mais desafiador. A grande magia da fotografia é que, “qualquer um “ pode ser fotógrafo! A fotografia aceita gente de todas as áreas, com ou sem formação -porém poucos, mas poucos mesmo se firmam como fotógrafos com o passar dos anos. Viver da fotografia não é fácil como se pensa. Muitos entram nessa área, mas poucos ficam, o filtro é grande, e por vezes bem cruel. A fotografia, assim como qualquer outra profissão, requer trabalho árduo, muito estudo e planejamento constante.

Se você passar pelo filtro, o sucesso é questão de tempo.

Lembrando que o sucesso também é relativo às expectativas, sonhos e projetos de cada um. Bom, mas afinal porque escolhi ser fotógrafo? Eu amo fotografar! Respiro fotografia! Vivo fotografia e mais, eu vivo da fotografia. 2- Como você enxerga o atual momento da fotografia? Um bom momento! Crítico para falar a verdade. O filtro está mais rápido do que há alguns anos. Está muito mais fácil ser “fotógrafo” – a tecnologia veio para somar, então devemos aproveitar o momento para estudar, aprender, planejar e com o passar do tempo somar. Somar qualidade de vida, somar qualidade de trabalho, somar qualidade de serviços. Sim, o fotógrafo é um prestador de serviços, porém deve se comportar como empresário, pensar como gestor, e saber se posicionar frente ao mercado e aos clientes, que na verdade são nosso grande foco. Sem clientes não existimos. Muita gente pensa que a vida de fotógrafo é igual a de um rockstar , mas não é bem assim. A vida é bela, a profissão maravilhosa, mas bem longe de ser um show de estrelas. Tem glamour, charme, requinte, baladas, festas? Sim, claro. Toda profissão tem. Mas tem muito trabalho de base que acontece sem os holofotes.

Enfim, vejo um bom momento de aprendizado e de aplicação do filtro.

Não somente por parte do mercado consumidor de fotografia, mas principalmente por parte dos aspirantes a profissão de fotografo. Tem muita gente nova nessa área fazendo muita coisa boa. Isso é fantástico. É divertido ver “linguagens velhas” aplicadas como novas tendências… basta aprender um pouco sobre história da arte para ver que o novo foi proposto há mais de 50/60 anos. Fantástico isso! Tem que ter releituras de obras clássicas mesmo. Veja por exemplo o instagram – nada mais é que uma polaroid digital – não é mesmo? Mas seu criador fez essa releitura e nos presenteou com esse aplicativo fantástico, que confesso, uso bastante! Isso prova o que? Que o ele passou no filtro, concorda? Pense nisso! 3- Qual caminho (se é que existe) que o fotógrafo que está iniciando na carreira deve seguir para encontrar o segmento dentro fotografia que melhor se identifica? Ou é algo que acontece naturalmente? Defendo que: Qualquer um pode fazer qualquer foto, desde que tenha equipamento adequado, conhecimento técnico e claro, contatos para conseguir os trabalhos. Sendo assim, acredito que todas as áreas são produtivas para a boa formação de um fotografo profissional. Ao passar pela área de fotografia social, mesmo que seu foco seja a publicidade, você poderá agregar conhecimento para a construção da sua luz para toda vida. Tá bom, alguém vai falar: “ Eu não faço evento! Não tenho paciência para lidar com noivas!” Mas o que é o artbuyer, ou diretor de uma agência de publicidade além de uma noiva desejando as melhores fotos de seu casamento? 4- Na sua opinião qual a principal diferença entre fotografar pessoas em relação a outros estilos como arquitetura, natureza, objetos… Troca de sentimentos! Apenas isso. Claro, tem gente que conversa com árvores, conta suas experiências, mas de modo geral – eu pelo menos – não tenho o hábito de conversar com árvores ou prédios. Fotografo bastante arquitetura. Tenho em minha carteira de clientes importantes construtoras e arquitetos. Atuo na área de fotografia documental, fotografia aérea e de publicidade. Por vezes, sou chamado para executar fotos de publicidade para empresas de arquitetura, fotos onde irão aparecer pessoas felizes e sorridentes. Com minha experiência em fotografar pessoas em eventos, estúdio e obras consigo obter uma grande diferença no resultado. 5 – Técnica, olhar diferenciado e sentimento. Podemos dizer que esta é a “receita” para uma ótima fotografia? Metade! Os outros 50% vamos atribuir ao bom senso! É preciso ter bom senso para fotografar. Obviamente, estou falando em fotografar bem. Em contar uma história com sua fotografia. 6- Fale um pouco sobre o livro Retratos de Família que acabou de “nascer”. O que isso significou para você? O livro que já está sendo comercializado pela Editora iPhoto, será lançado em 13 de agosto de 2012 entre 19h e 23h na Fnac Avenida Paulista – São Paulo começou a ser escrito há quase 3 anos. Sim, quase 3 anos de namoro, dedicação e releitura das histórias narradas, principalmente da minha história pessoal, da mudança de profissão aos 29 anos, dos problemas enfrentados, da falta de grana, a alegria de abrir o primeiro estúdio, da frustação em fechar as portas do mesmo pouco tempo depois, por não estar preparado para enfrentar o mercado, das buscas por oportunidades. Fotografei minha primeira gestante em 2001 – com filme ainda – depois comecei a fotografar com mais frequência em 2003. Hoje é a grande onda do momento fotografar gestantes, famílias, mas eu fui um dos primeiros a fazer isso em São Paulo, e ouvia muita piadinha sem graça na época – acredite – pois poucos falavam em fazer fotos de gestantes e famílias.

Mas sempre soube onde queria chegar, e trabalhei muito para isso.

E como disse lá em cima, é muito divertido ver releituras de linguagens velhas. Frases que falei há mais de 8 anos – tem gente que fala hoje como se tivesse inventado a coca-cola! O livro vem coroar esse ciclo. 7- Você busca referência e inspiração fora da fotografia também? Caso sim, quais seriam elas? Musica, arte, cinema, desenho! Não faço nada sem ouvir música. Tudo ao meu redor gira em torno da música. 8- Quais dicas você recomenda para a realização de uma boa sessão fotográfica? A primeira e grande dica: colocar -se no lugar da pessoa fotografada. Sentir o que ela sente, e passar tranquilidade para que a sessão seja feita de maneira natural, para que você consiga extrair da pessoa sua verdadeira essência. 9- Externa ou estúdio? O que você prefere e quais as principais diferenças nas duas possibilidades? As duas. Adoro externa – embora a grande maioria de meus trabalhos de retratos sejam em estúdio. Principalmente quando podemos trabalhar com a combinação da luz natural com a luz artificial do flash. Combinação perfeita. 10- Hoje em dia o fotógrafo é a sua própria e principal marca. Portanto, não basta apenas de ser bom tecnicamente falando, mas também tem que saber “vender” seu trabalho? Sim, se não souber vender seu trabalho, esqueça qualquer mercado. A boa notícia é que existem cursos, treinamentos específicos para isso. Porém além de saber se vender, é preciso saber se posicionar e se comportar como profissional. 11- Como você define Tyto Neves por Tyto Neves?

Um cara tímido e estudioso.

12 – Deixe uma mensagem para os fotógrafos, iniciantes ou não… Estude, estude e estude. Pratique, pratique e pratique. Quando achar que já sabe tudo, volte a estudar. Tendências são passageiras, o caráter é permanente. Sucesso para todos nós, sempre. @tytoneves Entrevista com Tyto Neves 17 de julho de 2012. Se gostou deixe seu comentário. Compartilhe a boa informação!